Esclerose múltipla: causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica inflamatória e autoimune que afeta o sistema nervoso central, incluindo o cérebro e a medula espinhal.

Caracteriza-se por áreas de desmielinização e, a depender da área acometida, há sinais e sintomas específicos e por isso a variabilidade das apresentações clínicas. As complicações podem variar de leves a graves, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes com a doença.

Estima-se que a EM atinja cerca de 35 mil brasileiros. A doença é mais comum em mulheres e geralmente é diagnosticada entre os 20 e 40 anos.


O que causa esclerose múltipla

A causa exata da esclerose múltipla ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que seja resultado de uma combinação de fatores genéticos, infecciosos e ambientais.

Estudos mostram que pessoas com predisposição genética podem desenvolver a doença após serem expostas a certos fatores ambientais, como infecções virais. A infecção pelo vírus Epstein-Barr, por exemplo, está associada a um risco maior de desenvolver EM.

Além disso, a deficiência de vitamina D e o tabagismo também são considerados fatores predisponentes ao desenvolvimento da doença.


Quais são os sintomas

Os sintomas da esclerose múltipla podem variar entre os pacientes, dependendo da localização e extensão das lesões no sistema nervoso central.

De uma forma geral, os sintomas mais comuns são:

  • Fadiga intensa
  • Problemas de visão, como visão dupla ou perda parcial da visão
  • Dificuldades motoras, incluindo fraqueza muscular e problemas de coordenação e equilíbrio
  • Dormência ou formigamento em membros
  • Problemas de fala e deglutição
  • Dores crônicas
  • Problemas cognitivos, como dificuldades de memória e concentração

Ao longo do tempo, há progressão da doença, variável de pessoa a pessoa. A doença pode ser dividida em três tipos: remitente-recorrente, mais comum, caracterizada por manifestações da doença que duram alguns dias ou semanas, melhorando em seguida; primariamente progressiva, na qual não há surtos, mas há sintomas e sequelas progressivas; secundariamente progressiva que é caracterizada pela presença de surtos e remissões, mas depois de algum tempo, a doença torna-se progressiva, com piora lenta do quadro.


Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da esclerose múltipla é complexo e envolve avaliação clínica, laboratorial e de imagem.

O neurologista geralmente começa com uma avaliação detalhada do histórico médico e um exame neurológico completo do paciente.

Para confirmar o diagnóstico, os seguintes exames podem ser solicitados:

Ressonância magnética (RM): utilizada para detectar lesões no cérebro e na medula espinhal;

Punção lombar: coleta de líquido cefalorraquidiano;

Potenciais evocados: testes que medem a resposta do sistema nervoso a estímulos visuais, auditivos ou sensoriais;

Exames de sangue: exames feitos para analisar o sangue e descartar outras condições que podem mimetizar os sintomas da EM.


O que muda na rotina de um paciente com esclerose múltipla

A rotina de um paciente com esclerose múltipla pode ser significativamente alterada devido aos sintomas e às limitações físicas e cognitivas impostas pela doença.

É recomendado que os pacientes adotem um estilo de vida saudável, que inclua atividade física regular, pois exercícios adaptados podem ajudar a manter a força muscular e a mobilidade. Além disso, uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, pode contribuir para o bem-estar geral.

O acompanhamento médico contínuo é fundamental, com consultas regulares a neurologistas e outros profissionais de saúde para monitorar a progressão da doença e ajustar os tratamentos conforme necessário.


Tratamentos para esclerose múltipla

Embora não haja cura para a esclerose múltipla, existem várias opções terapêuticas que podem ajudar a controlar os sintomas e retardar a progressão da doença.

Existem diferentes tratamentos que podem ser utilizados para a EM:

1. Tratamentos modificadores da doença (TMDs): incluem medicamentos como interferons, acetato de glatirâmero, natalizumabe, ocrelizumabe, alentuzumabe e fingolimode, que ajudam a reduzir a frequência e a intensidade dos surtos;

2. Tratamentos sintomáticos ou em caso de surto: medicamentos e terapias que visam aliviar sintomas específicos, como rigidez dos músculos, dores e fadiga. Pulsoterapia com glicocorticoides com doses altas são empregadas em surtos da doença.

Alguns medicamentos são aplicados diretamente na veia do paciente, como o natalizumabe, ocrelizumabe e o alentuzumabe, que têm mostrado eficácia em reduzir a atividade da doença e a progressão da incapacidade.

Os tratamentos de infusão em particular são uma boa opção terapêutica para muitos pacientes, pois permitem a administração de medicamentos de forma controlada e efetiva.


15/08/24

15 de agosto de 2024

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