Oitava etapa do mapeamento da COVID-19 começa em São Paulo

Nova fase da pesquisa será a terceira desde o início da vacinação. A aplicação dos testes sorológicos acontecerá de 31 de março a 9 de abril de 2022. Iniciativa reúne cientistas e médicos renomados, Grupo Fleury, Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, Instituto Semeia e Todos pela Saúde com o intuito de identificar a proporção de pessoas que possuem anticorpos contra o novo coronavírus SARS-CoV-2 na capital paulista. 

 

Começa nesta quinta-feira, 31 de março de 2022, a oitava etapa do projeto ‘SoroEpi MSP - Inquéritos soroepidemiológicos seriados para monitorar a prevalência da infecção por SARS-CoV-2 no Município de São Paulo’. O projeto, cujo objetivo é identificar a proporção da população que possui anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2 na capital paulista, é uma ação entre cientistas e médicos renomados com apoio do Grupo Fleury, Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, Instituto Semeia e Todos pela Saúde – iniciativa lançada pelo Itaú Unibanco para enfrentar a COVID-19 e seus efeitos sobre a sociedade brasileira. Esta nova fase é a terceira desde o início da vacinação na capital paulista.

O projeto SoroEpi MSP pretende subsidiar políticas públicas de prevenção e controle da pandemia da COVID-19, oferecendo informações sobre o percentual de pessoas que possuem anticorpos contra a nucleoproteína e anticorpos neutralizantes, e que poderão estar, pelo menos em parte, protegidas contra o coronavírus. Estas informações são importantes para que as autoridades de saúde possam tomar decisões acerca das ações de combate ao vírus.

O estudo consiste em aplicar um teste sorológico para o diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-2, realizado por meio de coleta de sangue, e usado para detecção de anticorpos específicos para o vírus. Os resultados dos testes permitem estimar a fração de pessoas que já foram infectadas e que podem ter desenvolvido imunidade ao vírus causador da doença.

A nova fase pretende abordar 1.280 domicílios sorteados para a realização das entrevistas e das coletas de sangue com todos seus moradores acima de 18 anos. As visitas serão realizadas por um entrevistador do Ipec, que aplicará um questionário, e um técnico da a+ Medicina Diagnóstica, marca do Grupo Fleury, que será responsável pela coleta de sangue. As visitas ocorrerão de 31 de março a 9 de abril de 2022.

Esta oitava etapa integra o estudo iniciado em um projeto-piloto em maio de 2020. Depois, foram mais três fases ao longo do ano de 2020, realizadas em junho, julho e outubro. E em 2021, mais especificamente em janeiro, abril e setembro foram realizadas a quinta, sexta e sétima etapas do estudo. 

Seleção de domicílios

A cidade de São Paulo é composta por 96 distritos, distribuídos em seis regiões: Centro, Oeste, Sul, Sudeste, Leste e Norte. Para alcançar uma amostra que represente a população de uma cidade de 11,9 milhões de habitantes, sendo 9,2 milhões com 18 anos ou mais, nesta etapa do projeto foram sorteados 160 setores censitários, que são unidades territoriais básicas dos Censos Demográficos do IBGE, sendo que, dentro de cada setor, também são sorteados 8 domicílios, totalizando 1.280 residências. Para a realização da pesquisa, foram criados dois estratos na cidade: distritos com maior renda e distritos com menor renda, sendo que cada um deles corresponde a cerca de metade da população pesquisada.

Os moradores dos domicílios sorteados são informados sobre a possibilidade de participação na pesquisa por meio de uma carta do Ipec e do Grupo Fleury, que contam com um canal para esclarecimento de eventuais dúvidas. Todos os habitantes dos domicílios sorteados farão parte da amostragem e serão convidados a participar da pesquisa, desde que tenham 18 anos de idade ou mais e estejam em condições de responder o questionário e consentir a participação, sendo que será mantido o anonimato de todos que participarem da pesquisa. Os indivíduos serão informados dos resultados de seus exames – e não haverá pagamento de qualquer natureza para os participantes do estudo, seja para a coleta ou disponibilização do resultado do teste.

A partir dos resultados dos testes sorológicos de diagnóstico da COVID-19 e das respostas do questionário pelos indivíduos, as prevalências de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 serão estudadas por meio de estimativas do percentual da população que já foi infectada, levando-se em consideração os aspectos complexos do plano de amostragem (sorteio de conglomerados, estratificação e ponderação).

Estima-se que a imunidade coletiva entre 60% e 80% dificulta a transmissão do SARS-CoV-2. Nesse percentual, acredita-se que o vírus até consegue migrar de uma pessoa para outra, mas encontra, na maioria dos casos, um ser humano anteriormente infectado ou protegido pela vacina e, portanto, capaz de produzir anticorpos contra esse vírus, findando o contágio.

A cada fase, os dados obtidos com a pesquisa do SoroEpi MSP são compartilhados com autoridades de saúde e instituições de pesquisa e divulgados amplamente após o término do estudo, bem como serão posteriormente publicados em revistas científicas, sempre garantindo a confidencialidade dos dados pessoais dos participantes.

 

81,8% da população adulta tem anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2 na capital paulista

 

A sétima etapa do SoroEpi MSP estimou que a cidade de São Paulo tem 52,8% da população adulta que possuem anticorpos contra a nucleoproteína do SARS-CoV-2, quase 4,9 milhões de habitantes – 3,3 vezes maior que o número reportado pelo município (1.452.567). Isto significa que a soroprevalência, a frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus, teve acréscimo de 11,2 pontos percentuais, aumentando de 41,6% para os 52,8%, e que, ainda, foi menor nos distritos mais ricos (43,1%) e maior nos distritos mais pobres (62,2%).

Naquela ocasião, a pesquisa também avaliou a porcentagem da população adulta com anticorpos neutralizantes e, na comparação com a sexta fase, concluiu-se que houve aumento de 33,3% para 81,8% na proporção da população com esses anticorpos – acréscimo de 48,5 pontos percentuais, sendo 81,3% nos distritos mais ricos e 82,3% nos distritos mais pobres.

Como nesse período a população não vacinada (quer seja com uma ou duas doses) diminuiu de 83,6% para 4,1%, esse grande aumento da frequência de adultos com anticorpos neutralizantes provavelmente se deve ao aumento do número de indivíduos que receberam uma ou duas doses da vacina somados aos indivíduos não vacinados, mas que já tinham sido infectados pelo SARS-CoV-2. E, ainda, enquanto se observa maior frequência de anticorpos contra a nucleoproteína do SARS-CoV-2 no estrato mais pobre da cidade quando comparado com o estrato mais rico, essa diferença não foi detectada na soroprevalência dos anticorpos neutralizantes.

A sétima fase da pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 20 de setembro de 2021. Entre a sexta e a sétima fase, a porcentagem da população adulta vacinada com duas ou mais doses aumentou de 8,3% para 65,2% e a fração da população adulta não vacinada diminuiu de 83,6% para somente 4,1%. Naquela etapa, foram analisadas 1.055 amostras de sangue dos participantes. O término da coleta ocorreu no dia 20 de setembro, quando o município acumulava 1.452.567 casos confirmados de infecção e um número total de óbitos confirmados de 37.688, sendo que o número de óbitos por dia era de aproximadamente 10.

Mais informações sobre o projeto SoroEpi MSP podem ser encontradas no site, nas versões português e inglês, acessando: https://www.monitoramentocovid19.org/.


29/03/22

29 de março de 2022

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