Terceira fase do mapeamento da Covid-19 começa em São Paulo

Pesquisa para identificar a proporção de pessoas que possui anticorpos contra o novo coronavírus SARS-CoV-2 na capital paulista é iniciativa conjunta de cientistas e médicos renomados, Grupo Fleury, IBOPE Inteligência, Instituto Semeia e Todos pela Saúde. Nova etapa pretende visitar mais 1.380 domicílios na capital paulista.

 

Começa nesta segunda-feira (20), a terceira etapa do projeto ‘SoroEpi MSP - Inquéritos soroepidemiológicos seriados para monitorar a prevalência da infecção por SARS-CoV-2 no Município de São Paulo’. O projeto,  cujo objetivo é  identificar a proporção da população que possui anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2 na capital paulista, é uma ação entre cientistas e médicos renomados com apoio do Grupo Fleury, IBOPE Inteligência, Instituto Semeia e Todos pela Saúde – iniciativa lançada pelo Itaú Unibanco para enfrentar a COVID-19 e seus efeitos sobre a sociedade brasileira.

O projeto SoroEpi MSP pretende subsidiar políticas públicas de prevenção e controle da pandemia da COVID-19, oferecendo informações sobre o percentual de pessoas já infectadas que poderão estar, pelo menos em parte, protegidas contra o coronavírus. Estas informações são importantes para que as autoridades de saúde possam tomar decisões acerca das ações de combate ao vírus, ainda mais neste momento em que a capital paulista tem permitido a abertura e a retomada de atividades em diferentes áreas e serviços na cidade.

O estudo consiste em aplicar o teste sorológico para o diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-2 por meio da coleta de sangue que é processado e usado na detecção de anticorpos específicos para o vírus. Os resultados dos testes permitem estimar a fração de pessoas que já foram infectadas e que podem ter desenvolvido imunidade ao vírus causador da doença.

Assim como a etapa anterior, esta terceira fase pretende abordar 1.380 domicílios sorteados para realizar as entrevistas e a coleta de exames com todos os seus moradores. As visitas serão realizadas por um entrevistador do IBOPE Inteligência, que aplicará um questionário, e um enfermeiro da a+ Medicina Diagnóstica, marca do Grupo Fleury, que será responsável pela coleta de sangue. A partir do início das visitas em 20 de julho serão 10 dias corridos de coleta em domicílios de diferentes regiões da capital paulista.

Esta nova etapa integra uma série de seis fases iniciadas no último mês de junho. Ao todo, a pesquisa pretende estimar o percentual de pessoas infectadas pelo novo coronavírus residentes na cidade ao longo de seis meses ou enquanto persistir a pandemia. Cada etapa terá seus resultados divulgados, assim como ocorreu no projeto-piloto e na segunda etapa, realizado em maio e junho, respectivamente.

Seleção de domicílios

A cidade de São Paulo é composta por 96 distritos, distribuídos em seis regiões: Centro, Oeste, Sul, Sudeste, Leste e Norte. Para alcançar uma amostra de resultados que represente uma cidade de 11,8 milhões de habitantes, sendo 8,4 milhões com 18 anos ou mais. Para cada etapa do projeto, são selecionados cerca de 115 setores censitários, que são unidades territoriais básicas dos Censos Demográficos do IBGE, sendo que dentro de cada setor também são sorteados 12 domicílios, totalizando 1.380 residências. Para a realização da pesquisa, foram criados dois estratos na cidade: distritos com maior renda e distritos com menor renda, sendo que cada um deles corresponde a cerca de metade da população pesquisada.

Os moradores dos domicílios sorteados são informados sobre a possibilidade de participação na pesquisa por meio de uma carta do IBOPE Inteligência e contam com um canal para esclarecimento de eventuais dúvidas. Os indivíduos elegíveis para o estudo deverão ter 18 anos de idade ou mais e estarem em condições de entender a pesquisa e consentir a participação. Será mantido o anonimato de todos que participarem da pesquisa. Todos os habitantes do domicílio sorteados farão parte da amostragem e serão convidados a participar da pesquisa. Os indivíduos serão informados dos resultados de seus exames – e não haverá pagamento de qualquer natureza para os participantes do estudo, seja para a coleta ou disponibilização do resultado do teste.

A partir dos resultados dos testes sorológicos de diagnóstico da COVID-19 e das respostas do questionário pelos indivíduos, as prevalências de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 serão estudadas por meio de estimativas da fração da população que já foi infectada, levando-se em consideração os aspectos complexos do plano de amostragem (sorteio de conglomerados, estratificação e ponderação).

Estima-se que a imunidade coletiva entre 60 e 80% dificulta a transmissão do SARS-CoV-2. Nesse percentual, acredita-se que o vírus até consegue migrar de uma pessoa para outra, mas encontra, na maioria dos casos, um ser humano anteriormente infectado e, portanto, capaz de produzir anticorpos contra esse vírus, findando o contágio e permitindo o fim do isolamento.

A cada fase, os dados obtidos com a pesquisa do SoroEpi MSP serão compartilhados com outras autoridades de saúde e instituições de pesquisa e divulgados amplamente após o término do estudo, bem como serão posteriormente publicados em revistas científicas, sempre garantindo a confidencialidade dos dados pessoais dos participantes.

Resultados da segunda fase

A principal conclusão da segunda etapa do SoroEpi MSP é de que a epidemia de SARS-CoV-2 no município de São Paulo pode ser entendida como duas epidemias com dinâmicas de propagação distintas, o que reflete as desigualdades sociais presentes no município. Os resultados da etapa, realizada no mês de junho, demonstram que nos bairros mais pobres da cidade a fração das pessoas infectadas é 2,5 vezes maior que nos bairros mais ricos. Enquanto na população mais pobre a prevalência é de 16%, nos bairros mais ricos ela é de 6,5%. A frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus, é 4,5 vezes maior em pessoas que não completaram o ensino fundamental se comparada com aqueles que concluíram o nível superior (22,9% versus 5,1%).

O levantamento também apontou que a soroprevalência é 2,5 vezes maior em pessoas adultas pretas do que brancas (19,7% contra 7,9%). Habitações com 5 ou mais pessoas apresentam soroprevalência quase duas vezes maior quando comparadas com residências com apenas um ou dois moradores (15,8% contra 8,1%). No total, a pesquisa aponta que 11,4% de moradores da capital com mais de 18 anos já foram infectados pelo novo coronavírus, um total de 958 mil pessoas.

Nesta fase do projeto, foram coletadas e analisadas 1.183 amostras de sangue em 115 setores censitários, sendo que 12 residências foram sorteadas em cada um desses setores, durante o período de 15 e 24 de junho de 2020.  A capital paulista tem uma população de 8.407.202 habitantes com 18 anos ou mais.

O projeto-piloto

Em maio de 2020, o projeto-piloto identificou na análise final dos dados que 4,8% (Intervalo de Confiança de 95%: 2,6-7,0%) das pessoas residentes nos bairros Água Rasa, Bela Vista, Belém, Jardim Paulista, Morumbi e Pari, equivalente a uma população de 298.240 habitantes, já tiveram contato com o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Os moradores dessas regiões foram selecionados para participar do projeto e fizeram exame de sangue para identificação de anticorpos contra o vírus. Os seis distritos foram selecionados pelo projeto por apresentarem as mais altas taxas de casos e/ou óbitos da capital naquele momento.

Foram selecionadas aleatoriamente 1.049 residências localizadas nesses seis distritos e, segundo os resultados desta fase, um total de 299 residências participaram da pesquisa, tendo sido testadas 517 pessoas. Considerando a prevalência ajustada para o desenho do estudo de 4,8%, ao se fazer uma extrapolação para a população adulta residente nos distritos incluídos na pesquisa, estima-se que 14.017 indivíduos foram infectados e têm anticorpos contra o novo coronavírus. Com esta projeção para a população em geral e o número de óbitos nos seis distritos durante a coleta de dados, pode-se calcular a letalidade da infecção, que foi estimada em 0,95%.

Mais informações sobre o projeto SoroEpi MSP podem ser encontradas no site, nas versões português e inglês, acessando: https://www.monitoramentocovid19.org/.

Sobre o Grupo Fleury

Com mais de 90 anos, o Grupo Fleury é uma das mais respeitadas organizações de medicina e saúde do Brasil, reconhecido pela comunidade médica e opinião pública pela excelência técnica, médica, em atendimento e em gestão. Com mais de 10 mil colaboradores e cerca de 2,5 mil médicos, a empresa conta com cerca de 250 unidades de atendimento das marcas Fleury Medicina e Saúde, a+ Medicina Diagnóstica, Weinmann Laboratório, Serdil, Clínica Felippe Mattoso, Labs a+, LAFE, Diagnoson a+, Diagmax, Cedire, Instituto de Radiologia, Centro de Patologia Clínica e Inlab. Além de medicina diagnóstica, operações diagnósticas em hospitais e de laboratório de referência, o Grupo Fleury tem avançado fortemente em medicina personalizada e de precisão, por meio do seu braço de negócios de Fleury Genômica e em saúde corporativa e atenção primária, com a marca SantéCorp

Sobre o IBOPE Inteligência

Há 78 anos estuda o comportamento das pessoas e de todas as suas relações: familiar, social, política, de consumo e de utilização de serviços. Especialista em soluções de pesquisa de opinião e mercado, off e online, quantitativas e qualitativas, geonegócios, inovação, data mining e ferramentas de análise e integração de dados.

Sobre o Instituto Semeia

Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para os brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país. 

Sobre o Todos pela Saúde

Lançado em 13 de abril deste ano, o Todos Pela Saúde teve um aporte inicial de R$ 1 bilhão, realizado pelo Itaú Unibanco. Com recursos administrados por um grupo de especialistas da área da saúde e ações estratégicas baseadas em premissas técnicas e científicas, a iniciativa se guia por quatro pilares de atuação: informar, proteger, cuidar e retornar. O Todos pela Saúde é liderado por Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, e conta também com a participação de Drauzio Varella, médico, cientista e escritor; Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa; Maurício Ceschin, ex-diretor presidente da Agência Nacional de Saúde; Eugênio Vilaça Mendes, consultor do Conselho dos Secretários de Saúde; Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein; e Pedro Barbosa, presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, instituição ligada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

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17/07/20

17 de julho de 2020

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